Consulta

Dita: Boa tarde.

Dra.: Olá. Sente-se. Como está?

Dita: Bem, obrigada.

Dra.: Agradeça à sua amiga Beri o facto de estar aqui. Abri uma excepção para a atender.

Dita: Obrigada. De resto, ainda tenho que agradecer à Beri por mais este favor.

Dra.: Chega de gentilezas. O que me conta?

Dita: O que lhe conto? Mas isto é assim? Sem preâmbulos nem nada?

Dra.: Ah, você é daquelas que gosta de preâmbulos?
Dita: Adoro. Sou uma romântica, sabe?

Dra.: Pois eu gosto de ir direita ao assunto. Disse que era romântica. Porquê?

Dita: Ora, porque sim. Porque acredito naquelas lamechices todas. E gostava que um dia me acontecesse uma coisa daquelas...

Dra.: E porque é que acha que uma coisa daquelas, como lhe chamou, não pode acontecer?

Dita: Porque é como o Euro Milhões... só sai aos outros.

Dra.: Isso é uma refinada aldrabice.

Dita: Talvez para si. A mim nunca me saiu nada...

Dra.: E costuma jogar?

Dita: Nem sempre...

Dra.: Aí tem. Se nem sempre joga, como espera ganhar? Acha que sai aos outros na primeira tentativa?

Dita: Não.

Dra.: Porque havia de ser diferente consigo? Acha-se especial, é?

Dita: Não...

Dra.: Está na defensiva. Acha que a estou a atacar?

Dita: Não.

Dra.: Ouça, ninguém lhe disse que isto era fácil. Quer continuar?

Dita: Quero...

Dra.: Não me parece muito convencida...

Dita: Avisaram-me que era refilona, mas nunca esperei tanto.

Dra.: Acho que se vai habituar rapidamente a isto. Portanto aqui temos Dita, uma mulher romântica...

Dita: Tenho dias.

Dra.: Não fuja. Há pouco disse que era...

Dita: Ok, ok! Sou romântica. Sempre fui! Imagino-me naqueles filmes em que a rapariga acaba por ficar com o seu amor e tudo é lindo apesar de complicado. Estamos na época das comédias românticas, talvez seja por isso que estou mais expressiva em relação a isso!

Dra.: Muito bem. Podemos continuar, mas a partir daqui em regime de confidencialidade. Pare lá de memorizar coisas para depois colocar num blog ou coisa parecida.

Dita: ...